lídia e sebastião - tempos felizes

no seio do céu estrelado os anjos
esperam, pacientes e ansiosos.

esperam pelo momento em que
o amor triunfará, pelo momento em que
os corações daqueles dois seres terrestres
acordem e floresçam,
vivam e não esqueçam.

lídia e sebastião esperam também,
sentados num banco de jardim
à espera que a vida chegue ao fim.

é de noite, e tudo o que se vê no céu
são constelações das futuras paixões.
ao longe veem uma, marcadamente peculiar,
o seu desenho relembra uma rosa, prestes a brotar, prestes a amar.

esperam, até que acabam por chegar as duas da manhã.

o céu continua escuro e brilhante,
mas a noite transmite tranquilidade e serenidade.
olham um para o outro e riem-se...

inocência do olhar..

sebastião olha novamente, repara em lídia
e em cada pormenor.
cada traço.
cada ponto da constelação.
olha.. olha sempre para ver melhor.

lídia vira-se e sebastião muda o alvo do seu olhar..
vincado, destemido.. apaixonado.
lídia faz o mesmo que sebastião.
aprecia cada traço do ser cósmico que tem ao seu lado,
ri-se novamente e sente.
sente os anjos a dançar,
como se estivessem a pressentir algo mágico,
algo bom que está prestes a acontecer.

olham novamente um para o outro.

o relógio do destino marca 3 da manhã.

aproximam-se lentamente e a rosa da constelação nasce.

lídia e sebastião beijam-se.
é o primeiro beijo.
abraçam-se.
riem novamente.
dão as mãos, e riem, riem inocentemente.

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