pequenez terrena
quem sou eu aos olhos do mundo?
quem sou eu face ao infinito, à grandeza, ao desconhecido?
quem sou eu aos olhos de quem me vê?
quem sou eu face ao mistério descomedido?
oh!... ninguém!
serei ninguém ou serei alguém?
alguém serei mas quem não sei.
quem somos nós, simples micróbios perturbados?
quem são vocês, vulgares parasitas descontrolados?
ah!... tantas questões!
tantas questões e incontroláveis ilusões!
----------------------------------------------
berros estridentes que se tentam fazer ouvir,
mentes diluídas que se recusam a intervir.
aspirações oníricas cada vez mais angustiantes,
berros estridentes cada mais sufocantes.
----------------------------------------------
mas que raiva! que raiva ser tão pequeno!
falem seus parasitas, ajam seus sedentários!
quem são vocês e o que fazem aqui?
digam alguma coisa, o que querem daqui?
oh! que desgraça humana e mortal!
que delírio cínico e fatal!
somos todos pequenos e insignificantes,
mas vós sois pequenos e desestruturantes!
e eu? quem sou aos olhos do mundo?
quem sou eu face ao universo fundo?
quem sou eu que me revolto e falo?
quem sou eu que apesar de pequeno não me calo?
serei ninguém? serei como todos os outros?
mortos e taciturnos,
mórbidos e soturnos?
serei mesmo ninguém?
serei mesmo aquilo contra o qual me revolto?
serei eu hipócrita e um parasita?
serei eu louco ou apenas lúcido demais?
serei eu humano ou apenas um dos outros animais?
talvez.
mas aquilo que sei é que sou alguém,
alguém serei, mas quem não sei.
Comments
Post a Comment