paixão labiríntica de um amante injustiçado

enquanto caminho pelas trevas do universo labiríntico a que chamo alma tropeço e caio e sangro desespero.

o medo e a confusão reinam nesta fonte inesgotável do mal
e à medida que me levanto vejo o Terror num enigmático pedestal.

mas quem será que o pôs ali?
quem foi não sei,
quem foi não vi.

continuo a caminhar a chorar e a desesperar,
procuro a saída deste pesadelo labiríntico mas tudo aquilo que encontro são fantasmas de memórias passadas,
esgotadas e pesadas, risonhas e macabras.

já nem sei há quanto tempo estou aqui, talvez este seja o sítio onde sempre vivi.

as paredes são íngremes e obscuras,
metem medo, mas não cedo.
maldita a hora em que a minha alma se pronunciou,
cedo me acordou e logo me chamou.

agora estou aqui preso, preso no meu próprio ser.
mas que ridícula e estúpida forma de viver, se ao menos eu tivesse algo que fazer...

já nem faço sentido naquilo que digo...
a angústia é tanta, será isto um castigo?
oh, que pobre sofrido!

sinto que estou finalmente a chegar,
ou talvez seja só a esperança de uma hostil matança da morte que dança ao redor da desesperança.
oh! mas que fiz eu,
um servo da luz que jamais cedeu!

que estranho este meu pressentimento,
não sei o que sinto, será arrependimento? esquecimento?
desfasamento..?

não há mais caminho para percorrer,
mas a saída eu não consigo ver.

mas que estranho? de novo este pedestal horroroso e demoníaco,
que trabalho do mal, verdadeiro maníaco!

não entendo, que texto é este?
-"aqui jaz a alma daquele que há muito estava morto, deixou-se levar pelo pecado do amor, agora vive atormentado pelo eterno Terror"-

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