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Showing posts from May, 2018

lídia e sebastião

que labirinto imenso, vasto, confuso e denso. memória? outrora próspera, agora irrisória. pensamento? antes pensava, agora não penso. raciocínio? morte certa, vítima de assassínio.  ----------------------------------------------------------- onde estou? alguém me consegue dizer? respondam-me por favor, que eu estou prestes a morrer. que sítio é este? mórbido e pálido, apático e taciturno. respondam-me por favor, que eu não aguento nem mais um turno. que labirinto imenso, vasto, confuso e denso. (chama-se memória) de onde vem a voz eu não sei, mas agora que falas pensei: não notei que estavas aí, foste tu que te escondeste, ou eu que não te vi? (chama-se esquecimento) que confusão... revela-te de uma vez! vai-te preparando, que eu vou contar até três. ou se calhar é melhor não.. parece que já não tenho vontade, o que faço eu então? (chama-se solidão) soli-? solidão?........ mas tu.. tu estás aqui comigo!!? quem és tu afinal, se não meu amigo? i

vozes

fragmentação do eu, fragmentado tudo aquilo que viveu. quem (quem?) sou (és?) eu (tu?) quem (quem?) fala (diz?) agora (o quê?) (AHHHHHHHHH).. canso-me.. estas vozes não me saem da cabeça. não saem. recusam-se, não interessa o que aconteça. (AHHHHHHHHH).. canso-me tanto.. serão pensamentos? serão alucinações? a verdade é que permanecem, tal como as questões. (AHHHHhhhhh...).. canso... canso-me.. já nem consigo dizer o que sinto. o meu raciocínio dissipa-se, já esteve mais longe de ficar extinto. (Ahhhhhhhhhh...) cansado ficarei a vida inteira. pois é da maneira que me livro da asneira de ter caído à primeira mesmo que não queira. quem (quem?) sou (és?) eu (tu?) quem (quem?) fala (o quê?) agora (diz?) (digo que estás morto, enterrado e doido, sedento de lucidez, mas endoideceste de vez) o quê?!!? (sim) não pode ser.. (pois pode) mas a minha vida!?? (o que tem?) o que tem??? (o que tem?) o que tem é que me dizes que morri, dizes isso mas eu nem sequer a vi.. ou

gray and hopeless winter

it's winter and the wind blows a shivering hope. i have to decide for myself: will i choose to be free or will i choose to cope? i guess that for some people life is nothing but a joke. as simple as it gets, zero reasons to complain. but we're different because we have to hide under a cloak. but not them. everything they are has always been the same. it's winter and my bones are starting to tremble. what appeared to be a simple choice led me to stumble. stumble in the hate, spite and grudge all around me. things that each and every day are stopping me from being free. it's winter and i can't feel the warmth of my heart anymore. i'd resort to you, but their darkness has also reached the depths of your soul. deprived of love and passion all i have left is pure sore, i could always try and reignite the flame, but that's useless. all i fell now is shame it's winter and my flesh is starting to show. i have to really decide: will i stay or

versos obsoletos

ó ser inconcreto, mesquinho e pequeno que corrompe, deixa corromper e morre pelo mesmo vício, liberta-te do pecado do mundo, sórdido e atroz, ó ser fragmentado, alma que deseja viver a sós. sai, caminha, corre e foge, foge dos fantasmas, da incerteza, da solidão, da injustiça, ó ser insignificante, perverso e mortificante. ai que desespero, desalento alado, saiam da minha vista suas nuvens negras que me ocultam o pensar, o sentir, o viver e o próprio ser. ai que desesperança, angústia inibe a confiança, desapareçam seus assassinos, seus homicidas, vocês que me mataram, não a nível físico, pois já estava morto e enterrado, mas ao nível do espírito, SIM, seus ladrões de almas! depurem-nos a todos, depurem-nos já! não deixem nem um vivo para continuar o seu trabalho sujo e desumano, ai que raiva febril, ai que falso engano. ah mas eles voltam, persistentes pragas que assolam a humanidade, corram com eles daqui para a fora, façam-no já, façam-no agora! verdadeiros

contentamentos descontentes

eras tu. eras tu aquele que sempre aparecera nos meus sonhos. eras tu. eras tu aquele que me provocava pensamentos risonhos. tal como as partículas de areia de uma praia, áspera e imensa, sucumbem ao vento no seio da costa densa, também a nossa paixão flutua ao sabor dessa mesma força, oxalá a paixão ganhe, oxalá o amor vença. ---------------------------------------------------------- não venceu. temeu até que perdeu, sofreu até que cedeu. amor. amor era o que sentia, paixão era o que havia. o amor acabou por morrer, o que restava dele acabou por arder. ------------------------------------------------------- hoje vivo internado. vivo internado no labirinto da memória. e a minha consciência? - perguntam as vozes - a minha consciência é meramente ilusória. tenho, no entanto, consciência da demência, foco da inconsistência do meu coração sem essência. hoje vivo internado. vivo internado na nostalgia do passado. e o presente? - perguntam as vozes - do presente j

the purest kind of love

i've been loved and i've been hated i've cried rivers and i've laughed for hours i've been cheerful and i've been frustrated i've been weak and i've been full of powers. i've been happy and i've been sad i've been friendly and i've been mad i've been hopeful and i've been helpless i've been worried and i've been careless. ----------------------------------------------------------- this was in the past. ----------------------------------------------------------- why? well, it turns out i've wasted all my time on this earth. god decided to take me with him, maybe that's all i'm worth. but not you. you'll stay living, laughing, and crying. do not get hopeless, my lover! i'll be watching you, i swear i'll be trying! oh! i understand. i understand how hard loneliness may seem, do not get hopeless, my lover! i'll be always on your team! keep fighting, keep dreaming, keep trying t

apocalipse

caos caótico mundo despótico. ---------------- morte. desespero. guerra. guerra é aquela que tudo encerra..... queria eu viver num mundo perfeito, perfeito como nos sonhos que sonho insatisfeito. querer viver sempre foi um estranho conceito, estranho como a realidade que cada vez mais se tem desfeito. mas continuo a querer. continuo a querer viver num paraíso inexistente, continuo a quere-lo, porque me considero um crente. o facto de eu ser crente sempre foi algo muito controverso, mas controverso jamais será o que está escrito neste verso. quis outrora querer. quis querer algo pelo qual lutar, mas esse algo era cada vez mais difícil de escutar. e perante o meu contínuo afastamento, foi-se-me desvanecendo do pensamento. já não quero querer. para quê querer? é algo inútil, eu próprio o sei para quê querer? outrora quis, eu bem sei pelo que passei. e perante o meu contínuo ceticismo, fui-me aproximando do iminente abismo. paz desejada, mas nunca alc

F**CKING FEELINGS

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i guess that, for me, love was always an abstract thing. i guess that, in reality, i feel like a bird with a clipped wing. what is it that i feel, please tell me, i wanna know! it makes no sense asking you, not even i want me to show gods in heaven enlighten me, illuminate me, guide me through my heart's constellations, i just want to feel like everybody, i just want to feel my own sensations. wait. do i not feel them already? am i perhaps hallucinating? i feel dizzy, i feel unsteady i need YOUR light, i find it fascinating. but how can i be so unsure of what i feel? is it love, is it anger? this seems almost unreal... screaming and crying it's what i fucking do best but i just want to feel SENSATIONS. is this a fucking test? oh.. it's him again. with his beautiful smile and his beautiful soul. i could go on about how amazing he is, but i just love him as whole. fuck.. why is this so hard to handle? does everybody else has this problem? or is it