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celebração necrófaga

condenado por um passado que não me pertence, continuo a deteriorar-me. tento alcançar o perdão que nunca me foi destinado até que me convenço que talvez o tenha atingido. fingido. o que separa o meu corpo danificado e vil dos portões da morte não é mais que uma mentira que me foi concedida por mim próprio. um outro eu. o que escolhe iludir-se. tenho a dizer que raras vezes fui feliz. se se pode chamar de felicidade à ignorância... tal como todas as marionetas de Deus cresci para entreter. leia-se sofrer. com o destino de morrer. nada de novo. não sei se me consola mais achar que carrego o peso de um morto por mero acaso ou porque me foi atribuído um papel especial qualquer neste circo. estou cansado e quero ir-me embora. não pertenço aqui. à saída de casa no outro dia encontrei um amigo de infância. não falou para mim. éramos amigos desde os cinco anos de idade e nunca quebrámos contacto. pensei "será que não me viu?" que estupidez. como se eu não tivesse passado precisament